Cristo: A verdadeira Liberdade

Gálatas 5:1

Introdução

Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão.

Em 28 de outubro de 1886, em frente de milhares de espectadores foi inaugurada a Estátua da Liberdade. O então presidente Grover Cleveland aceitou a Estátua em nome do povo americano e disse "(…) Não esqueceremos que a Liberdade fez daqui sua morada; nem que seu altar não será neglicenciado.(...)"  Dada ao povo americano pelo povo francês, em reconhecimento à amizade estabelecida durante a Revolução Americana. Com o passar do tempo, além desta amizade passou a simbolizar também liberdade e democracia.

O povo americano estava celebrando sua liberdade, sua emancipação, conquistada a preço de muito sangue, muita luta. A libertação do opressor.

Em seu pedestal esta inscrito: “Venham a mim os teus cansados, os teus pobres, Tuas multidões desnorteadas, ansiando por respirar em liberdade, Os rejeitas que se aplicam nos litorais sem esperança, Manda-me os desabrigados, Os escorraçados pela tempestade: Suspendo minha tocha sobre o portal de ouro. (Emma Lazarus, 1875)”.

O texto acima certamente é um plágio das palavras de Jesus: “Vinde a mim todos que estão cansados e oprimidos e eu vos aliviarei” (Mt 11:28).

A humanidade é obcecada por liberdade, passa a vida inteira buscando por seu ideal de liberdade. Uns buscam sua liberdade nacional, caso dos EUA, (emancipação do jugo colonial). Para alguns liberdade diz respeito a seus direitos civis, protestam contra discriminação racial, religiosa ou étnica. Outros, ainda se, preocupam com sua liberdade financeiro-econômica, liberdade da fome, pobreza, desemprego. E todos nós buscamos nossa liberdade pessoal, exigimos nosso direito de ir e vir.

Mas o texto que lemos acima trata da verdadeira liberdade, que somente em Cristo podemos alcançar.

Eu te convido a me acompanhar nesta reflexão.

Contexto histórico e teológico.

A carta aos Gálatas é um tratado a liberdade, é a carta magna da liberdade, a carta da reforma, em que Martinho Lutero debruçou seus esforços e sua luta contra o legalismo do poder eclesiástico de então.

Escrita pelo apóstolo Paulo (provavelmente entre 56 e 60 d.C.) tinha como propósito a defesa de seu apostolado, refutar os judaizantes (que ensinavam os cristão gentios que deviam obedecer a lei judaica para alcançar sua salvação) e conclamar os cristãos a Verdadeira Liberdade através de sua Fé e Graça em Cristo.

Não foi escrita a nenhum grupo restrito de crentes, mas sim a região da Galácia e aos cristão de toda parte.

O que é Liberdade

Independência, autonomia, permissão, ousadia, sentir-se livre, independente.

"De maneira positiva, liberdade é a autonomia e a espontaneidade de um sujeito racional. Isto é, ela qualifica e constitui a condição dos comportamentos humanos voluntários.

"Liberdade é aquilo que todos querem,
e quando a tem, não sabe o que fazer
com ela!!!

Liberdade significa responsabilidade, É por isso que tanta gente tem medo dela.
(George Bernard Shaw)


"...Mas eu desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, é a que não tem medo do ridículo."
(Luis Fernando Veríssimo)

Mas a verdadeira liberdade é a liberdade para sermos nós mesmos, tal como Deus nos criou e como ele tencionava que nós fossemos. Enfim a verdadeira liberdade só em Cristo.

Livres de que x Livres para que?

Em Cristo estamos livres do pecado, da culpa, da destruição, da morte, do medo, do nosso ego.

Em Cristo estamos Livres para: cumprir os propósitos de Deus, servir ao Senhor.

Ser livre é estar preso em Cristo, Cl 4; 3: “orando ao mesmo tempo também por nós, para que Deus nos abra uma porta à palavra, a fim de falarmos o mistério de Cristo, pelo qual também estou preso,”

Ser livre é estar crucificado em Cristo, Gl 2; 20: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim.”

A Liberdade que Cristo nos dá é como uma jóia, mas não basta guardá-la num armário, tem que Usar! Cristo nos libertou para que fossemos  livres e gozassemos da plenitude da Vida Cristã.

Licenciosidade

Gálatas 5; 13 “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor.

1 Pe 2; 16: “como livres, e não tendo a liberdade como capa da malícia, mas como servos de Deus.”

Não podemos utilizarmos deste versículo para aproveitar e sair fazendo o que quisermos. Não podemos aproveitar disso e usar a desculpa que é só um pouquinho, que o importante é não se embriagar. Que podemos comer o melhor deste mundo, mas o mundo JAZ no maligno!!!

Escravos da lei do legalismo

Os Cristãos judaizantes não entenderam a mensagem da cruz, muito embora soubessem que Cristo morreu para que tivéssemos vida, para que fossemos libertos do pecado eles insistiam nas tradições e em seus costumes. Ensinavam aos Cristãos gentios que deveriam guardar a lei e que através dela poderiam se salvar. Eles gozavam da graça de Cristo e mesmo assim preferiam voltar a sua tradição ao exercício da lei ao legalismo. Afrontavam Paulo e diziam que seu apostolado não era legitimo pois não esteve com Cristo. Não entenderam e não aceitaram a liberdade que cristo da, a liberdade que nele.

Em êxodo 14;11-14: “E disseram a Moisés: Não havia sepulcros no Egito, para nos tirares de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos fizeste isto, que nos tens tirado do Egito

Não é esta a palavra que te temos falado no Egito, dizendo: Deixa-nos, que sirvamos aos egípcios? Pois que melhor nos fora servir aos egípcios do que morrermos no deserto.

O povo preferia a escravidão, em detrimento da sua liberdade, em detrimento do livramento que Deus lhes deu, preferiam estar debaixo do jugo da escravidão ao receber sua liberdade.

Assim muitos, ditos cristãos, hoje em dia buscam sua salvação através do legalismo do cumprimento de regras e domas humanos sem entender que a liberdade, foi conquistada por Cristo e a Salvação é gratuita, não precisamos pagar penitencia por nossa salvação, pois Cristo já pagou por nós na Cruz do Calvário.

Quando Paulo diz cai na graça no versículo 4, refere-se a isso a negativa do homem a graça de Deus e sua opção pelo cumprimento da Lei. É a recusa ao amor de Deus, é a invalidação do Sacrifício Salvivico de Cristo no madeiro.

Até quando vamos achar que pelas nossas forças e méritos poderemos alcançar a Salvação de nossos almas?

A busca pela Liberdade

O reverendo Martin Luther king tinha um sonho de liberdade expresso em seu discurso de 28/08/1963. Liberdade que ele gostaria de ouvir no sino da liberdade!

Liberdade, igualdade e fraternidade frase de Jean Jacques Rousseau que da sentido a revolução francesa.

Muitos utilizam de forma vil e em prol de seus interessas essa tal liberdade:

A lei áurea assinada pela princesa Isabel em 13 de maio de 1888,  libertou o povo negro das senzalas e o aprisionou nos guetos da sociedade no sub mundo.

O homem sempre buscou por liberdade! Mas não entende que a verdadeira liberdade é só em Cristo. Todo o engajamento e luta em prol da tão desejada liberdade é interminável, pois só podemos encontrar liberdade naquele que nos comprou a liberdade

Conclusão:

A liberdade esta aqui para usufruirmos dela em Cristo Jesus.

Quero fazer uma pergunta, o que te prende, o que te escraviza, o que te amarra, te impede de gozar da graça, da liberdade que Cristo nos concede? Por que continuar debaixo desse legalismo, numa fútil tentativa de agradar a Deus através de nossos méritos?

O legalismo é como a tira de couro que amarra todo nosso corpo e quando molhada encolhe ainda mais, nos sufoca tirando nosso fôlego, impede que nos movimentemos e nos leva morte.

Que nós possamos escolher a liberdade que Cristo me da, que nosso desejo seja estar preso a Ele, Crucificado a Ele! Que nosso prazer seja servirmos o seu reino e a sua majestade!

A Salvação é gratuita, nos foi dada no madeiro por Cristo, toda lei se cumpriu nele, para nos fazer livres nele. Foi com gotas de Sangue que Cristo assinou nossa carta de alforria.

**Tese criada por Juliano Alves de Farias, Bacharel em Teologia pela FAESP.